Leandro Kohn

Descubra a história de Leandro Kohn em uma entrevista realizada durante a Bahia Farm Show em 2022. Sua jornada nos leva das raízes familiares no sul do Brasil até os desafios e conquistas no oeste da Bahia. Acompanhe conosco essa narrativa cativante que reflete a essência do agronegócio moderno.

Originário de uma família de colonos, seus antepassados enfrentaram desafios para construir uma vida melhor no Brasil. Sua jornada pessoal, que o levou de São Luiz Gonzaga, RS, para Luís Eduardo Magalhães, BA, revela a essência do espírito pioneiro e a conexão profunda com o agronegócio.

“Minha história remonta aos meus avós maternos, que fugiram da guerra e chegaram ao Sul do Brasil em um navio, enfrentando grandes dificuldades. Estabeleceram-se como colonos e deram início a uma nova vida. Nasci em uma família com raízes profundas na agricultura, tanto do lado paterno quanto materno. Embora meus pais tenham seguido rumos diferentes no comércio, acabei retornando ao agronegócio, influenciado pela tradição agrícola da família da minha esposa.”

A chegada em Luís Eduardo Magalhães é marcada por contrastes de vida: de um apartamento espaçoso e acessível no sul do país para a escassez e os altos preços de moradia na nova localidade. No entanto, a determinação e o desejo de progresso impulsionam Leandro e sua família a enfrentar os desafios. 

O relato detalhado de Leandro aborda não apenas as dificuldades práticas da mudança, como a falta de infraestrutura e comunicação precária, mas também as peculiaridades culturais da cidade no início dos anos 2000. A escassez de mercados e a limitação das redes de comunicação destacam a natureza pioneira da comunidade agrícola em formação.

Essa experiência pessoal de adaptação e superação reflete não apenas a história de Leandro, mas também a jornada coletiva dos pioneiros que contribuíram para o desenvolvimento de Luís Eduardo Magalhães e da região oeste da Bahia.

Para Leandro, a agricultura é muito mais do que uma atividade econômica; é a essência da sobrevivência humana e o motor que impulsiona o desenvolvimento global. Ele enxerga a agricultura como uma linha contínua que se estende desde os esforços árduos de seus avós, que enfrentaram adversidades para estabelecer suas lavouras, até os desafios contemporâneos enfrentados pelos produtores modernos. 

Ao comparar a história do agronegócio com o filme “Tropa de Elite”, Leandro destaca a transição dos desafios físicos para os desafios intelectuais enfrentados pelos produtores. Essa mudança reflete não apenas a evolução tecnológica e social, mas também a necessidade de adaptação e inovação constante para superar obstáculos cada vez mais complexos, como a pressão da opinião pública e a escassez de recursos naturais.

Além disso, Leandro expressa uma profunda preocupação com o legado que deixará para as futuras gerações. Ele percebe que o sucesso atual do agronegócio traz consigo uma responsabilidade ainda maior de garantir a sustentabilidade ambiental e social para o futuro. Ao buscar preservar as conquistas do presente, Leandro se preocupa com questões como a conservação dos recursos naturais, a segurança alimentar e o equilíbrio entre o avanço tecnológico e a preservação da vida rural.

Para Leandro, estudar a história de seus avós e preservar essa narrativa é fundamental por diversas razões. Em primeiro lugar, ele destaca o valor intrínseco da história como uma fonte de riqueza cultural e familiar. Ao conhecer e compartilhar as experiências passadas de seus antepassados, ele não apenas honra sua memória, mas também aprende lições preciosas sobre resiliência, perseverança e sabedoria transmitidas ao longo das gerações.

As lições do passado são fundamentais para orientar as decisões e os esforços atuais, especialmente no contexto do agronegócio. Ao compreender as dificuldades enfrentadas pelos pioneiros e os métodos que empregaram para superá-las, ele e as futuras gerações podem melhorar e inovar de forma mais eficaz, evitando repetir os erros do passado e construindo sobre os sucessos já alcançados.

Além disso, Leandro enfatiza o aspecto prático de ter uma história documentada. Ele destaca como a escrita e o registro das experiências passadas são essenciais para preservar a memória e transmitir conhecimento de uma geração para outra. Ao ter uma história escrita, ele assegura que as lições do passado não se percam e possam continuar a influenciar e inspirar as futuras gerações.

No momento da entrevista, Leandro Kohn, então presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado da Bahia (Aprosoja Bahia), fala sobre a história de surgimento da associação. A Aprosoja teve sua origem no estado do Mato Grosso, um dos principais produtores de soja do Brasil. Inicialmente surgindo como Aprosoja-Mato Grosso, a associação cresceu e se expandiu para nível nacional, dando origem à Aprosoja-Brasil e posteriormente às Aprosojas estaduais em todo o país.

A importância da Aprosoja, segundo Leandro, está intrinsecamente ligada ao papel central da soja na agricultura brasileira. Com o crescimento exponencial da produção de soja e a sua ascensão como uma das principais culturas do país, a associação desempenha um papel fundamental em questões como licenciamento ambiental, regularização fundiária e orientação técnica aos produtores.

Além disso, destaca o importante papel da Aprosoja no cenário político, especialmente em Brasília. A associação atua como uma poderosa ferramenta de lobby agrícola, influenciando na formulação de políticas públicas e na elaboração de projetos de lei que impactam diretamente o setor agrícola.

Um dos principais focos da atuação da Aprosoja é a defesa dos interesses dos produtores, especialmente em questões como a regulação dos defensivos agrícolas. Leandro ressalta a importância de uma abordagem equilibrada, buscando reduzir os impactos ambientais sem comprometer a produtividade e a segurança alimentar.

Em resumo, a Aprosoja desempenha um papel multifacetado na agricultura brasileira, desde a representação política até a prestação de serviços e orientação técnica aos produtores, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento e na sustentabilidade do agronegócio no país.

Leandro destaca como uma das principais dificuldades enfrentadas pela Aprosoja e pelo setor agrícola é a desinformação e o discurso negativo gerado por fontes de informações falsas sem embasamento técnico ou científico, prejudicando todo o trabalho realizado em prol do desenvolvimento do campo.

É importante a conscientização e o respeito ao trabalho dos produtores, que dedicam seus esforços diários em benefício da agricultura. Ele salienta que as instituições do setor, incluindo a Aprosoja, são formadas por pessoas que trabalham voluntariamente em prol do agronegócio, impulsionadas pelo compromisso com o passado e a visão para o futuro.

Quanto ao futuro, Leandro expressa seu desejo por uma maior união entre os produtores e os estados, visando resolver questões como os conflitos agrários e indígenas de forma definitiva. Ele acredita que a união é fundamental para enfrentar os desafios futuros e alcançar soluções que beneficiem todo o setor agrícola brasileiro.

Leandro destaca a importância da Aprosoja no Oeste da Bahia como uma representante crucial dos interesses dos produtores agrícolas da região. Com cerca de 1 milhão e 760 mil hectares de soja plantada, 350 mil de algodão e 170 mil de milho na região, a Aprosoja desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e na defesa do setor.

Ele ressalta que a Aprosoja atua como uma voz unificada para os produtores, lutando por seus interesses tanto localmente quanto nacionalmente. A associação desempenha um papel estratégico na articulação com o governo federal, buscando soluções para questões como políticas de crédito agrícola e seguro agrícola justo.

Leandro enfatiza que a Aprosoja não apenas representa os produtores perante as autoridades, mas também desempenha um papel crucial na educação e conscientização dos agricultores sobre seus direitos e sobre as questões que impactam o setor. Ele destaca que, embora as dificuldades da produção agrícola existam, a união e a atuação estratégica da Aprosoja têm sido fundamentais para superar esses desafios e garantir um futuro próspero para a agricultura na região.

Por fim, Leandro expressa sua preocupação com o legado que será deixado para as próximas gerações, conscientes dos desafios que elas enfrentarão em um mundo cada vez mais complexo e interconectado. Ele destaca a necessidade de preparar essas gerações para lidar com o avanço tecnológico, a crescente demanda por alimentos e os impactos ambientais associados à produção agrícola. Suas palavras ressoam com um apelo à ação e à colaboração, enfatizando que o futuro do agronegócio e do planeta como um todo dependerá da capacidade das próximas gerações de enfrentar os desafios com inteligência, respeito pelo meio ambiente e um compromisso com a sustentabilidade.

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